segunda-feira, abril 24, 2006

Parei para pensar e nem pensei. Tive essa idéia repentina, mas ela mesmo bloqueou o fluxo natural dos meus pensamentos. Só quando não quero pensar é que penso, e isso tem me tirado o sono. É, de certa forma, engraçado. Fico a imaginar o que poderia pensar e fico só com a imagem nublada do móvel abarrotado de livros a minha frente. Tem até um de capa verde que me chamou atenção. Dizem que a esperança é verde. Pois bem, vou ficar a esperar que esses pensamento cobiçados escorram por um duto ainda desconhecido. Quando chegarem, os escreverei. Meus cabelos estão caindo, e isso não é um pensamento, é uma constatação...

sábado, abril 01, 2006

Rios, risos e choro

Olho esse rio que corre em seu leito
E abre caminhos
Carrega os espinhos
Esconde defeitos.
Eu rio do frio
Rio dos seus lábios sorrindo
Náufrago homem
Nesse rio sem cor
Rio vazio onde nada mais cabe
Nele sucumbe o amor.
Eu rio dos tolos
Rio da graça
Rio tanto que às vezes dói
Rasos rios transbordantes
Densas águas conflitantes
Que carregam o barquinho de papel
Rio do seu destino frágil
Rio do lugar onde vai chegar
Rio um riso fingido
Pesa-me um choro contido
Enquanto o rio corre pro mar
Rios de mágoas
Castelos de areia
Gotas de sonho
Poço de lágrimas
Posso de lá gritar
Grito em silêncio do fundo do rio
Grito de onde ninguém pode escutar
Rio de mim quando rio
Rio ao ponto de chorar
Rio dos cacos quebrados
Que pelas águas do rio são sugados
Esse rio esconde mistérios
Rio de quem ousa desvendar
Rio de estrelas
Rio de dúvidas
Rio e águas também
Rio do meu próprio tombo
Depois no meu canto choro
E a dor não demora a passar
Ri o riso mais gostoso
Quando motivos não havia
Quando notei apenas ria
Sobre o rio calmo
Que co-ria.