sexta-feira, abril 27, 2007

Quero escrever! Há dias estou inquieta tentando escrever e não sei como fazê-lo. Não quero combinar palavras para me expor, tampouco para me esconder. Mas não sei, não sei o que precisa ser dito. Talvez precise escrever aqui um grito, para que as palavras que ficaram presas possam, enfim, escapar. E eu que pensei que fosse me libertar, acabei criando mais confusão e as reticencias insistem em ficar...

quinta-feira, abril 26, 2007

terça-feira, abril 24, 2007

hummm...sei que hj ja postei coisas demais. Mas não poderia deixar de registrar aqui o dia da minha primeira queda no tecido. Falta esticar a perna, falta ficar mais dura, falta cair em pé...Mas o fato é que eu me joguei, e foi tão boooommmm...uhuhuhuhuhuhu!!!

A palavra e o silêncio [Não é de minha autoria!]

O silêncio não é a negação da palavra, como a palvra não é tampouco a negação do silêncio. Há silêncios eloquentes como palavras vãs. É precisamente a continuação entre um estado e outro que forma a trama completa de nossa vida e espírito. É na riqueza do nosso silêncio interior que se forma a qualidade de nossas manifestações verbais. Como é na riqueza de sua repercussão, no silêncio posterior, que reside o sentido mais profundo do nosso privilégio verbal. O homem é a única criatura que fala e que também sabe dar ao silêncio o seu sentido profundo. O silêncio dos seres humanos, das pedras, das florestas, dos animais, só têm sentido para nós, seres verbais, que damos um significado positivo, poético, filosófico e religioso a este silêncio das coisas e dos seres infra-humanos. O rumor de nossas palavras só tem sentido por que nelas se reflete o mundo infinito que está para lá de sua sonoridade: o mundo dos sentimentos, das idéias e das grandes realidades.
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Tristão de Ataíde
Ebaaa!!! Estou feliz com o retorno do meu computador! Dar um trato aqui no no blog numa LAN House é meio chato, num tem clima. Tenho algumas coisas acumuladas pra colocar aqui...mas agora vou postar uma música de Lenine que eu adoro, e que fui dormir ontem pensando nela.


O Último Pôr-do-sol - Lenine

A onda ainda quebra na praia,
espumas se misturam com o vento.
No dia em ocê foi embora,
eu fiquei sentindo saudades do que não foi
lembrando até do que não vivi
pensando nós dois

Eu lembro a concha em seu ouvido,
trazendo o barulho do mar na areia.
No dia em ocê foi embora,
eu fiquei sozinho olhando o sol morrer
por entre as ruínas de Santa Cruz lembrando nós dois

Os edifícios abandonados,
as estradas sem ninguém, óleo queimado,
as vigas na areia,
a lua nascendo por entre os fios do teus cabelos,
por entre os dedos da minha mão passaram certezas e dúvidas

Pois no dia em que ocê foi embora,
eu fiquei sozinho no mundo, sem ter ninguém,
o ultimo homem no dia em que o sol morreu

segunda-feira, abril 23, 2007

Mas céu sem estrelas é bonito também. Eu gosto de nuvens no céu. Gosto de céu cinza, de dias nublados. Exceto quando quero ir à praia. Há dias em que ele parece estar mais baixo. Dá a impressão que basta estiar o braço para poder tocá-lo. Lembrei agora de um céu que eu adoro: aquele colorido do entardecer. Que eu nunca vi, em um dia sequer, ser igual a outro que já existiu. Gosto de nuvens carregadas de chuva. Outro dia vi na TV que existem caçadores de nuvens no deserto. Que roubam delas a água que se tornaria chuva em um outro lugar. Coitadas das nuvens; devem sentir-se como transportadores de cargas assaltados na estrada. Eu já quis capturar nuvens, todas as vezes que passeei pelo céu. Tenho um par de sapatos coloridos que parecem nuvens, mas têm cor de céu: é um azul assim...Feliz! Eu os coloco nos pés todas as vezes que é incontível a vontade de voar. É como entrar na roda gigante. É como gosto de pitanga madura. Tentei plantar pitangas no céu. Mas as sementes não tinham um par de sapatos azuis...E eu não pude emprestar o meu.

Almoço de domingo

Eu pedi para não jogarem fora a cabeça do peixe. Queria comê-la para colocar em mim memórias sonoras do mar. Mas a sua expressão pálida, apesar do dourado da fritura me fez hesitar. Seus olhos inertes alguma coisa me queriam dizer e eu não soube escutar. Devorei-o! Devorei o seu cérebro frito! Não, não havia cérebro, o que devorei foi sua cabeça oca, pois tudo que eu menos queria era digerir algum fragmento racional de um ser. Eu não preciso pensar, mas o que sinto muitas vezes me trai! É como a isca que ao peixe desatento atrai... Hoje comi sua cabeça servida frita numa bandeja fria, provocando em mim a sensação marinha de flutuar. Eu vi o mar no seu olhar estático e frio. Eu vi no seu olhar vazio o silencio [saudade] do mar.

Unhas Negras....


sexta-feira, abril 20, 2007

Cantos Dos Emigrantes - Cordel do fogo encantado

Com seus pássaros
Ou a lembrança dos seus pássaros
Com seus filhos
Ou a lembrança dos seus filhos
Com seu povo
Ou a lembrança de seu povo
Todos emigram

De uma pátria a outra do templo
De uma praia a outra do atlântico
e uma serra a outra das cordilheiras
Todos emigram

Para o corpo de berenice
Ou o coração wall street
Para o ultimo tempo
Ou a primeira dose de tóxico
Para dentro de si
Ou para todos
Para dentro de si
Ou para todos
Pra sempre todos emigram

sexta-feira, abril 13, 2007

Consumismo Infantil

- Alô, Clarinha? Você ainda tá brincando? Pode falar agora?
- Eu não estou brincando...
- Ah, titia te ligou ontem, no dia do seu é big. Queria te desejar feliz aniversário e não consegui falar.
- Não tem problema, você pode comprar um presente bem bonito e mandar pra mim.

Linda!!!

quarta-feira, abril 11, 2007

Experiencias Fotográficas...


Estou feliz porque consegui lembrar deste poema em casa. Ele nasceu no ônibus, quando eu estava desarmada, sem caneta, sem papel e sem coragem pra perguntar quem tinha. Da pituba, fui pra federação, fiz a aula de tecido e voltei, sem perdê-la da cabeça. Só não sei o título, mas isso não é questão de esquecimento...



Amaram-se
Sem tomar um gole de vinho,
Sem uma gota de sangue na boca,
Sem um colorido de paixão se quer.
Amaram-se
Mal podeiam se encaixar no leito de amor
Mal sabiam se olhar
E tocavam-se sem pudor.
Amaram-se sem palavras,
Rimas,
Canções.


Por um instante efêmero odiaram-se
E não ficou na lembrança o tempo do não amar


Amaram-se de um modo tal
Que nenhum deles se reconheceu
Num abraço insolito despediram-se do amar sem rédeas
E o mundo todo amanheceu.

terça-feira, abril 10, 2007

Parabéns Amiga!!!!!

Hoje é aniversário de Clarinha. Aqu vai um post em homenagem a ela. Já que está na moda postar coisas antigas, vou publicar aqui algo que escrevi em 21 de fevereiro de 2003, às 11:10.



Estava com Clara dormindo em meus braços, olhando pro seu rosto tão sincero e doce. Pensando no seu medo de dormir sozinha, admirada com seu sono tranquilo em meus braços.


Sinto falta da inocência da infância
Do sono leve das manhãs de segunda feira
Da tranquilidade estampada na face
De traços leves, sem marcas do tempo.
Sinto falta da fase incessante das descobertas
Primeiros passos tímidos,
Primeiras sílabas tortas
Primeiro presente de natal.
Falta dos dias isentos de preocupação
Do tempo em que desconhecer a existência de futuro
Tornava possível viver um dia de cada vez.
Falta do carinho sincero
Do afago singelo...
Mas não me arrependo de ter crescido
Trago comigo a criança que sempre fui
Pelas experiências, pude construir o meu pensar
Tanto quanto quando criança,
Aprendi a fazer as minhas escolhas
Mas hoje pondero algumas coisas mais
E é disso que sinto falta
Falta de desconhecer consequencias
Da liberdade de agir sem pensar em reações
Falta de er meus desejos satisfeitos Sem precisar tanto me esforçar.
Não sei se ainda sorrio enquanto durmo
Até já esqueci do que via em meus sonhos
Que mundo era aquele que me impregnava a memória..
Sinto falta da insegurança que tinha em ficar sozinha
Hoje não me sinto sozinha quando estou só
Já esqueci da sensação de me aperceber do meu corpo
Juntar os dedos,
Tocar as mãos...
Equilibrava sonhos sobre passos inseguros
Hoje, com passos tão firmes, já não é tão fácil sonhar
O sono é pesado das preocupações do dia A gente já dorme pensando em acordar
Queria de volta aquela liberdade de fazer qualquer coisa pra chamar atenção
As paredes da casa coloridas com traços espontâneos
Brinquedos espalhados pelo chão
Tomara que estas lembranças jamais adormeçam
Que as sensações leves pra sempre permaneçam
Apesar do corpo crescido
Da relidade clara,
Da felicidade cara...



terça-feira, abril 03, 2007

Nestes dias de pouca inspiração, está valendo publicações retroativas de alguns textos. Não poderia deixar de registrar a minha carteira de motorista, que finalmente saiu (uhuhu). E também a cena interessante que vi hoje de um crente vendendo CD pirata na praça e cantando as músicas na maior empolgação.

Então...estava fuçando minha caixinha de coisas antigas, e encotrei o rascunho de uma carta, que achei bacana publicar aqui pq é carregada de sentimento...Na verdade, uma fotografia de um momento que experimentei.


...Lembro-me do dia da primeira transição. Estava no banho, e derrepente, meus olhos transbordaram. Sentia que a paixão estava morrendo para dar lugar a algo muito maior. Não sabia como chamá-lo, mas podia dizer que era rico em intensidade. Tentei compará-lo com alguma sensação outrora experimentada, aproximou-se um pouco do dia em que me apercebi do meu amor por meus pais. Meu Deus! Estaria eu amando?!. Mas o que me levaria a cultivar um sentimento tão sublime por alguém então pouco tempo? Sabia apenas que estava ali. Com o peito bombardeado de emoção. O corpo impregnado de sensações. E, além disso, uma paz irreconhecível. Não procurei saber a posição dos astros naquele momento, mas estava certa de que todos dançavam ao som da minha felicidade. Que bom! Por um instante senti-me feliz! Mas diante da grandeza de um sentimento que fermentava, senti também medo. Medo de perdê-lo. Medo de vê-lo escoar. A água banhava meu corpo e escorria pelo ralo, lavava um pouco de mim. Tive medo de vê-lo água! Mas meus lábios sorriam. Queria senti-lo em toda a sua grandeza mesmo que fosse só por aquele instante. Minhas lágrimas eram doces. Caiam para esvaziar um coração que borbulhava de um sentimento que me fazia sentir inteira. Não sei até hoje o nome daquele sentimento que impregnou-se em mim naquela quinta feira.

Lembro-me também de outras transições. Senti que algo acontecia dentro de mim, mas não acontecia comigo. Lembro-me da noite de lua cheia. Chorei! Chorei por sentir ir embora o encanto. No entanto, o meu encanto permanecia. Senti que o outro espelho não mais refletia. As energias que de mim emanavam, não mais retornavam. Perdia-se dentro de um coração aquém. Mas o que fazer? Todas as paixões são efêmeras, e lá estava eu: vítima da brevidade do encanto. Não do meu, mas do outro que não me pertencia. Tive vergonha da minha covardia. Mas o que se há de fazer para deixar exposto um coração? Toda olho fala, atalho pra alma. Pedaço exposto do coração...

Lembro-me que em meio a tantas transformações, inexplicavelmente tudo se perdeu. Senti falta da minha paz. Fui procurá-la no mar, e senti-me novamente o próprio mar: profundo solitário...levei pra longe meus pensamentos, esqueci um pouco o ruído do silêncio. Encontrei nas águas calmas de Netuno o que por instantes distanciou-me de mim. Chorei. Tive as águas do mar transbordando nos olhos, devolvendo enfim o vão da minha serenidade. Não procurei respostas. Esperei o mar engolir a bola de fogo para ter então meu espírito novo. Alguém falou que “entre a dor e o nada, escolheria a dor” e naquele momento, dor e nada eram a minha verdade paradoxal.

Estive relendo alguns versos. Drumonnd, Vinícius, o cochilo na página trinta e seis...Nenhum motivo é banal. Todo sentir é comunicável. Inexplicável apenas o silêncio! Mas que transição precisaria eu passar para aceitar palavras doces e olhares cúmplices serem trocados por um oi apressado no meio da multidão? Meus loucos sentimentos às vezes me levam a pensar que é na superfície que se deve ficar, mas estaria deixando de ser a ameixa que sou...

Respostas são quase sempre vãs. Mas ao ouvido incomoda o timbre do silêncio agudo. Quem poderá explicar? Mesmo sem querer a gente se apaixona. Mesmo sem porque o sonho desmorona. Mesmo sem sentir a gente se transforma.