segunda-feira, março 19, 2007

Ócio desgraçado....

Conversando com meu amigo Magnólia sobre o ócio que tem me tomado esses dias, lembrei de um "poema" que escrevi em 09 de janeiro de 1990 (eu tinha 8 anos), e percebi que desde aquela época o ócio é uma coisa que faz parte de mim.

Minha vida

Não tenho o que fazer,
Procuro!
O que faço?
Pensar.
Mas pensar o que?
Procuro lembrar de algumas coisas,
Mas, de que?
Ja sei, vou escrever
Escrever o que?
O que fazer?

segunda-feira, março 12, 2007

Castelos...

Há dias penso em escrever isso, para ver se, ao escrever, eu consigo justificar. O fato é: Quando criança eu não gostava de fazer castelos na areia, mas adorava cavar buracos, buscando a profundidade que pudesse me conter. Mas, que significado tem isso? Poderia me fazer valer de Fernando Pessoa e dizer que "o sentido oculto das coisas é as coisas não terem sentido oculto nenhum". Talvez o motivo fosse querer ser diferente dos outros. Qual é mesmo o coletivo de castelos? Pois é isso aí que se via na praia. Eu nunca via ninguém que gostava de cavar buracos. Talvez o motivo fosse que a água da maré que enchia, quando se aproximava, preenchia e não destruía. Sei lá! Talvez porque em buracos eu podia me esconder e em castelos mal podia me encaixar. E quando eu cavava o suficiente, de modo que pudesse adentrar, eu tratava de cavar outros. Até conexão subterrânea entre eles eu tentava fazer. Mas "o sentido oculto das coisas é as coisas não terem sentido oculto nenhum"!!


Continuo cavando buracos, mesmo sem ir à praia, e daí? Às vezes tenho medo de me perder em um deles e não conseguir mais sair...

quarta-feira, março 07, 2007

Cupido (Maria Rita)

To postando esta música pq tenho escutado constantemente. Me lembra alguma coisa, algum momento que eu não consigo identificar qual é...

Composição: Cláudio Lins

Eu vi quando você me viu
Seus olhos pousaram nos meus
Num arrepio sutil
Eu vi... pois é, eu reparei
Você me tirou pra dançar
Sem nunca sair do lugar
Sem botar os pés no chão
Sem música pra acompanhar

Foi só por um segundo
Todo o tempo do mundo
E o mundo todo se perdeu

Eu vi quando você me viu
Seus olhos buscaram nos meus
O mesmo pecado febril
Eu vi... pois é, eu reparei
Você me tirou todo o ar
Pra que eu pudesse respirar
Eu sei que ninguém percebeu
Foi só você e eu

Foi só por um segundo
Todo o tempo do mundo
E o mundo todo se perdeu
Ficou só você eu eu

Quando você me viu...

domingo, março 04, 2007


"Ahh, eu nunca mais vou voltar pra Londres. Vou ficar aqui pra trabalhar com vc". Estas foram as palavras dela depois da nossa seção de dança embalada pela "música do palhaço", canção que sempre fez parte da nossa relação. Disse-me isso sorrindo. Acho que ela sentiu naquele momento que eu poderia salvá-la do triste fado de ter que voltar para aquela terra fria e distante. Ela gritava e ria sem parar durante o banho, pulava em espasmos de alegria. No dia anterior ela tinha me dito algo parecido, com ar de tristeza, enquanto todos dormiam e nós já haviamos despertado: "Amiga, eu vou viajar amanhã, mas eu não vou. Só quando todos forem". Tentei convencê-la que lá é legal, a escola, os amigos, a neve...apesar da imensa vontade de dizer que ela realmente não iria voltar, que iria crescer do meu lado, dançar comigo todos os dias, pular as ondas da praia, virar sereia, assistir TV... Imagino como ela se sentia naquele momento. Depois de experimenatar outra vez a alegria da companhia da familia, a felicidade do reencontro com os amigos. Tentava agarrar-se a qualquer um que pudesse compreender a sua imensa vontade de ficar. Quando eu estava saindo de casa ela chorou gritando por mim. "Amiga, amiga!!!" E eu corria apressada pra não chegar atrasada na entrevista de emprego. "Só queria te dar um abraço, bem apertado." Senti vontade de chorar, não sei se de remorso ou dó. Thays me contou que ela disse a Ju que havia gostado muito dela e aproveitou para pedir-lhe para morar na sua casa. Ela queria de qualquer forma alguém que pudesse socorre-la. Mas uma tentativa em vão. Ela é linda! E voltou mais carinhosa e doce, apesar dos momentos de agressividade, o que é natural. Não fui ao aeroporto, e nem pude experimentar os momentos finais. deve ter sido mais tristeza do que paz...Te amo Clarinha!! Fico feliz em saber que eu sou além de "amiga", a titia, a Cinthia...alguém que te ama demais!!



Saudades mil....