terça-feira, agosto 24, 2010

A minha àrvore bailarina


Esta àrvore ja dancou,
Veja o seu corpo contorcido
Ela deu voltas em torno de si a procura do sol.
Olha so como sorri.
Sem flores, mas sorri!
Com seu verde tao igual aos verdes ao redor
Danca estática e pura
A minha árvore bailarina
Como eu com minha saia rodada
Como eu, quando menina

Rio Claro - Colombia







sexta-feira, agosto 20, 2010

El Peñol






A minha passagem por Medellin - Cidade da eterna primavera, como dizem os colombianos - foi bem rapida. Algumas caminhadas pelo centro da cidade e pela zona rosa, visita ao museu de Antioquia e um espetaculo de danca afrocontemporanea de gratis no teatro Lido. Mas ao redor da cidade, ha muita coisa boa para se explorar, a exemplo de Rio Claro (que rende um post só pra ele) e El Penol. El penol eh uma grande rocha, que segundo a artesa de Guatape, se comunica com uma similar no Brasil e outra no Mexico, irradiando uma energia sobre toda a America.
Mais uma vez tive que ouvir 'stupid people, pagar mais uma vez para sofrer. Subir cerca de 660 degraus...' mas para ser abencoado, la de cima, com uma vista expetacular!!

Medellin - Colombia


Andreas









É, é bem dificil ficar so. Em Cartagena nasceu uma nova familia. Eu Isa e Andreas. Isa voltou para o Brasil, a familia ficou incompleta, mas permaneceu. Grande querido esta figura da Austria. Boas risadas, otima portunidade para treinar o ingles, mas pessima influencia, por que fica me estimulando a gastar o dinheiro que nao tenho. Shopping, shopping, shoppinggg...whyyyyyyyyyyyyyyyy???

Vamos fazer um fi-ilme.....


Eu queria fazer um filme das estradas por onde passei e registrar a trilha sonora durante o trajeto, por que, de fato, parece um filme. Esses onibus antigos, pequenos, coloridos e cheios de bugigangas penduradas. Essa gente diferente. Essa musica tocando, as vezes alto demais. Muito verde na estrada. Anuncios. pessoas se movimentando, casas perdidas no meio do nada. Aqui na Colombia reconheco a vegetacao, ate parece que estou em casa. A pior parte da viagem eh o momento de reorganizar as coisas na mochila e partir. O que soa contraditorio, ja que a melhor parte da viagem eh justamente IR. Ter a sensacao de estar literalmente na estrada. De que aquele lugar que estou deixando ja nao eh tao estranho para mim (apesar de que, eh claro, o tempo nunca eh suficiente para conhecer totalmente um lugar). De que uma nova cidade está por ser desbravada, novas pessoas surgirao, novas circunstancias, novas conexoes, novos sabores e cores. JA tenho a lista dos meus lugares favoritos, para os quais eu desejo voltar. Reeditando os filmes arquivados nas minhas memorias. Com novos personagens. Novo enredo. E mesma trilha sonora, talvez.

Mompox - Colombia


Alguns guias de viagem dizem que nao vale a pena ir ate lá. Outros, nem o citam. Mas eu fui. Paguei pra ver, e valeu a pena. Uma pequena cidade perdida na Colombia, de dificil acesso. Deste Santa Marta pegamos um onibus ate Boscoña (15mil pesos e quase 3 horas de viagem), de la uma va ate Talaigua (no meio do trajeto eh necessario cruzar o rio numa pequana embarcacao (40mil pesos e quase 5 horas de viagem) e depois um taxi ate Mompox (incluido nos 40mil pagos pela van). Existe a possibilidade de chegar ate la apartir de Mangangues tambem. A estrada eh linda. Fazendas, muito verde, o rio invadindo as propriedades. Muitos passaros. Lama. Gados pastando, cada um com o seu passaro do lado (acho que eles se alimentam de algum parasita dos bois). Musica colombiana tocando, e a sensacao de estar indo para o meio do nada. Mompox eh uma pequena cidade colonial, com ruas alagadas, pouca gente transitando e um rio delicioso correndo ao seu redor. Ideal para descansar, percorrer suas ruelas coloridas e velhas. Pra quem gosta de prata, perfeito para comprar. Milhoes de artesaos nas ljas, é possivel ve-los confeccionar suas pecas. Queria aprender, mas o sr (nao lembro o nome) me disse que precisaria pelo menos um mes para aprender o basico, vai ficar pra proxima. Abordamos uns pescadores que estavam na beira do rio pertod e suas canoas, quanto nos cobrava por um passeio de cano. 5 mil pesos (os tours cobram 20 mil). E fomos. Uma canoa que vai invadindo a cidade vizinha - pequeno povoado - invadida por agua. Nas ruas nao passam carros, so barcos, as pessoas caminham pelas ruas com a agua no joelho, as vezes na cintura. Nao ha o que fazer. Istoa contece todos os anos, de maio a novembro, durante a temporada de chuva. Quando cruzamos uma canoa que transportava os moradores do local, uma senhora falou é bom que voces vejam como padecemos neste lugar, e o governo nao faz nada". E fiquei me perguntando: O que se ha de fazer?? Desviar o curso dos rios? Eles escolheram morar ali, e nao eh novidade que a chuva cai e o nivel do rio sobe. Eu sei que eh sofrida, mas quem esta no lugar errado?










Hora de Dizer Adeus...



Depois de tres meses de intensa convivencia, chegou a hora de dizer adeus. Isa foi minha companheira de viagem durante todo este tempo na estrada. Foi uma sorte te-la encontrado, e de ter sincronizado as espectativas (ou ausencia de espectativas) na viagem. Tudo comecou quando fiz a reserva da trilha inca, e perguntei a Marcelo - da agencia El Dorado - se alguem do grupo tinha interesse de dividir um quarto comigo em águas calientes para reduzir os custos. Antes de comecar a viagem eu nao sabia como era bom compartilhar um dormitorio com mais de 6 desconhecidos, mas valeu a pena por que foi assim que conheci esta figura. Ela me escreveu, disposta a compartilhar o dormitorio no albergue, comecamos a trocar emails sobre as possiveis estadias, estendenmos o rateio dos custos a cusco, e quando enviamos uma a outra o nosso roteiro para 3 meses de viagem, vimos que estava praticamente identico. Por incrivel que pareca, ela tambem estava indo p Londres. Pronto, descidimos comecar juntas, fizemos os ajustes necessarios em ambos os roteiros. Mochila nas costas e pe na estrada.

Valeu Isa Maria!!! Pela companhia, por aturar minhas crises de "quero ficar calada" no cafe da manha, por tomar conta da minha mochila enquanto ia no banheiro na rodoviaria, por me fazer ir ao pantanal, por ter enviado email para os meninos antes de irmos para La Paz (I realy had fun in La Paz!!), pelo emprestimo do adaptador na Colombia, pelas fotos cheveres, por me estimular a usar o face book, por tirar foto do Lorao em Lima (acho que foi isso que deu sorte em Mancora), por deixar usar seu lap top "rapidinho", por ir a Rurenabaque (daquele jeito que eu falo), por ter incluido sao pedro de atacama no meu roteiro (Bem pensado brisa fresca!), por ter comprado a edicao 2010 do lonely planet, por ter descoberto o LOKI (Sem Loki nao teria Mancora e sem Mancora nao teria tantas coisas legais que se passaram lá), pelas aulas de ingles e espanhol . Ainda falta fazer nosso glossario e trilha sonora da viagem.

Eh isso, nos vemos em London baby!


Parque Tayrona - Colombia


Cartagena - Colombia




Quito - Equador




Bañons - Equador



Mancora - Peru




Nasca - Peru




Cusco - Peru

Parque Tayrona - Colombia. O Paraiso é aqui!

Depois de 5 dias de pura lama na cidae perdida e um dia de molho em Taganga em funcao da diarreia que me abateu, a temporada de lama ressurge rumo ao Parque Tayron. Seguimos em uma van suja, velha, desconfortavel e apinhada de gente, igual a lata de sardinha. PArada essencial no supermercado para abastecer a mochila com guloseimas e coisas para o cafe da manha. Uma parada frustrada no caixa eletronico para abastecer o bolso (mais uma vez tive problemas com o banco do BRASIL), e seguimos at'e a entrada do Parque Tayrona. Mais 40 minutos caminhando na lama - agora ja tenho o know how, a dica 'e o desapego - no meio da mata, ao som de passaros, e derrepente o clarao se abre. Somos entao pesenteados com o mar e uma extensao infinita de praias deliciosas. Mais uma caminhada de 40 minutos pela praia no meio dos caranueijos e goiabeiras e chegamos ao local do aampamento. O Parque Tayrona ja entrou no meu hanking de praias favoritas. Ela esta ali, na nossa frente! Tem sombra de árvore, tem sol. tem baía tranquila, tem onda. Tem rio. Tem caminhada pelo bosque. Tem rede. Tem pessoas na quantidade exata para deixar o local agradavel. Mosquitos, nao tem. Tem por do sol. Tem nascer da lua. tem água cristalina. Tudo bem..nao tem lambreta, picole da capelinha, queijinho de coalho assado na brasa, acaí. mas o paraíso também pode ser aqui.






















Cidade perdida - Colombia

Mas quem será que a perdeu? E eu, o que espero encontrar´lá? Lama. Chuva. Rios com forte correnteza. lama. Degraus. Árvores. Passaros. Lama. Muita ladeira. Rochas escorregadias. Lama. Mosquito. Umidade. Suor. Lama. Floresta. Raros indigenas no caminho. Cogumelos. Cachoeira. Lama. Lama. Lama e lama outra vez. Este eh o cenario do delicioso caminho rumo a cidade perdida.





O melhor de tudo era ouvir o Andreas repetindo: Can you imagine? We paid a so much money to walk 6 hours per day on the mud. Stupid people! Exatamanete! pagamos aluns pesos coombianos para caminhar o dia inteiro na chuva e literalmente na lama. Somos estupidos? Nao, como vovo ja dizia " a gente ve gato com tosse e cachorro com azia..." A caminhada comeca depois de percorrer 3 horas num gipe a partir de Santa Marta e uma breve parada para o almoco improvisado. Os grupos que estao regressando, depois de 5 dias de trilha, contagiam aqueles que estao comecando (sem ter a minima nocao do que los espera). Os primeiros minutos sao tranquilos. Plano, terra firme, rio baixo. Depois comecam as subidas interminaveis na lama. Uma umidade que proporciona um abafamento e um calor que te deixa completamente molhado. Depois de umas 4 horas caminhando, chega-se ao local do primeiro acampamento. Abencoado com um poco e uma pequena cachoeira para renovar depois da longa caminhada. Jantarzinho preparado pelos guias (luxo) e rede para dormir.





Segundo dia de caminhada, mais lama, muito mais lama. mas desta vez, temperada pelo prazer de caminhar no meio da mata, com a sinfonia dos passaroas, dos rios que correm e das águas que caem. Sao centenas de nascentes pelo caminho. Água mineral pura, fresca e de graca. Depois de 6 horas de caminhada com algumas paradas para frutinhas e coisas tal, chega-se ao local do segundo acampamento. Muito parecido com o primeiro, uma estrutura basica com sanitarios, cozinha e camas ou redes para dormir. Muitas horas livres para aproeitar o local, interagir com as pessoas, descansar e se preparar para o dia seguinte.



O terceiro dia de caminhada precisou ser estendido, pois, em funcao da chuva forte que caira no dia anterior, o acampamento foi completamente destruído. Cruza-se o rio, torna-se a cruzar. Correnteza forte. Corrente humana para atravessar as mochilas. Os animais nao avancam a partir dali. Chuva. lama. E aí chega a melhor parte. Desprendimento total!! A roupa ja esta completamente molhada com o suor e a água do rio. Os sapatos recheados de lama. Se preocupar pra que? A partir daí é só sentir. Respirar o ar puro. Sorrir com o colorido das flores ou da borboleta a passear. Ouvir o canto dos passaros ou as águas do rio correr. Suplicar por mais folego e seguir, subindo os infinitos degraus para se encontrar, la em cima, com os incontaveis mosquitos que habitam a cidade perdida juntamente com os mais de 50 soldados que vivem por la, para proteger os turistas (sabe-se la de que, acho que da guerriha). Ricos minutos de conversa com pessoas que passam 6 ou 7 meses isolados no meio da selva.







Depois de mais uma noite com os mosquitos e um tour pelas ruinas - na verdade terracas - da cidade perdida, inicia-se a caminhada para regressar. Mais lama, mais chuva, mais rio em furia para atravessar. Ainda bem que a cidade se perdeu, o caminho ate la te ajuda a se encontrar.






Taganga - Colombia



Uma das regras da piscina do albergue em santa marta dizia: Nao jogue lixo na piscina, se voce quer nadas no esgoto, va a taganga. Estranho isso....tinha escutado falar tao bem deste lugar. O californiano que conheci em cali recomendou. Cindy, colombiana, disse ser o seu lugar preferido e o suico que conheci em cartagena, falou que era pura poluicao. Essa divergencia de opnioes agucam a curiosidade de conhecer o lugar. Taganga é uma vilazinha que fica a cerca de 30 minutos de Santa marta, norte da Colombia, mar do caribe. Cara de vilazinha mesmo. Sem ruas asfaltadas, sem grandes construcoes, casa de portas abertas exibindo a tranquilidade do lugar. Poucos, quase nenhum carro transitando pela rua, e um calor, um calor de rachar! A praia? A praia é linda!! Infelizmente a areia nao teve a sorte de ser fina e branquinha, mas isso nao compromete a beleza do lugar. Uma baía de águas tranquilas, remetendo as minhas lembrancas ao porto da barra, meu cantinho no atlantico...