domingo, julho 29, 2007

No escuro, antes do anoitecer

Há uma vela acesa no meu quarto. E não é nenhum ritual que se inicia; é que o estouro de outrora roubou do bairro a energia. Eu penso em coisas e luzes se acendem na minha cabeça. A mensagem: Não deveria tê-la enviado, mas é este impulso que sempre me contraria. Faz muito frio, e hoje foi um dia esquisito, indefinido...Dia de perambular pelos cômodos da casa e abrir a porta da geladeira incontáveis vezes à procura de sabe-se lá o que, talvez de algo para ajudar a digerir o tédio. Da minha janela vejo um prédio que aos poucos se ergue. Antes via árvores e borboletas amarelas. O prédio é cinza, com letras brancas onde se registram as datas de cada quadrado que se sobrepõe. O dia foi cinza. Mas a luz amarela da vela ilumina objetos sobre a minha cômoda. Duas fotografias, as chaves do carro e um cubo mágico, cheio de cores embaralhadas. É uma cena bonita, tentei fotografar, mas percebi que a câmera está sem bateria. Logo agora que não tem energia. E a minha energia, voltará que dia?

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