Applecross

(Enquanto meu teclado com as cedilhas, acentos agudos e tios nao chega, vou escrevendo assim mesmo, meio torto...)

Ate parece uma procissao. Todos correm, descem, caminham, deslizam para o seu destino final enquanto eu sigo para o meu cantinho onde passarei os proximos 5 dias.
Fui acompanhar Udhayan em mais uma das suas viajens a trabalho. Enquanto a atmosfera que rodeia os trabalhos associados a minha profissao envolve flares, ruidos, odores e fumaca ao redor, o seu trabalho estah sempre o direcionado para o mar. Assim como aqueles rios que deslizam pelas montanhas que rodeiam a estrada sinuosa que conduz a applecross. Uma penisula situada ao norte da Escocia a umas 5 horas de Edinburgo.

Applecross tem como vizinhos MiltonTown, ao sul e Salt ao norte, nao menos elegantes que ela, ambos ficam ao pe da montanha e a beira do mar. Alias, cada cantinho novo que conheco neste pais me faz ficar mais encantada com sua beleza e poesia. No meu percurso sempre me lembro daquela fase "...o que vale nao eh o ponto de chegada, mas a caminhada." 

As estradas daqui sao sempre exuberantes e levam, eh claro, a um lugar especial.Sinuosas, cercadas de verde,  margeada por montanhas, decorada por gelo ou por flores, a depender da epoca do ano,  horas nos surpreende por um espelho d'agua ou um castelo perdido no meio do nada. 

Em applecross ficamos hospedados no "applecross camping site", que oferece opcoes de cabaninhas, uma especie de barraca de camping permanente, as "caravans", que sao conteiners muito bem projetados cm toda estrutura de cozinha, banheiros, salinha de estar e quartos bem confortaveis, e uma area verde imensa disponivel para acampar de barraca ou moto home. Se tiver sorte, uma dessas acomodacoes proporciona a vista para o mar, la em baixo.

Com o tempo nulado ou ensolarado, o vilarejo eh digno de contemplacao. Alias, estar aqui me desperta sensacoes semelhantes as que tive na viagem pela Bolivia e Peru. A sensacao de que, nesses lugares, a natureza eh muito mais para apreciar com reverencia do que para desfrutar. Diferente do que acontece nos lugares quentes que sempre fui acostumada a frequentar no Brasil, onde se pode mergulhar no mar, se jogar o rio, tomar banho de cachoeira, andar descalco, pisar no chao, deixar o vento bater na pele. O frio por aqui ainda nao esta tao intenso quanto pode ficar, mas vem dar um alo, para lembrar-me do seu potencial. 

Foi uma otima ideia ter trazido a bike, um passeio pela orla intermiavel na beira da montanha, surpreende com algumas cachoeiras ou veados (muito comuns aqui) pelo caminho, um verde exuberante, canto de passaros e a danca do sol por entre as nuvens, que se revela um espetaculo a parte e que as lentes da camera do meu celular nao sao potentes o suficiente para captar.