quinta-feira, maio 25, 2006

BESOURO SUICIDA

Ele estava andando meio trepido, tentando agarrar-se ao teto, a muito custo, eu diria. Parecia até carregar um peso nas costas, tão torto que andava. Mas, uma vez que estava pendurado ao teto, mais fácil seria pensar que estivesse ele sendo carregado pelo peso que equilibrava-se na camada de ar imediatamente abaixo da sua superfície. Desta maneira, eles estariam caminhando por um corredor infinito formado pelo teto e a camada invisível de ar. E como se estivesse adivinhando a minha tentativa de compreender a sua trajetória e aparente confinamento, ele de repente despencou do alto, ao se aproximar da luz. Não, não foi a luz do meu pensamento, era a luz da lâmpada, que também pendia do teto.

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