quarta-feira, abril 11, 2007

Estou feliz porque consegui lembrar deste poema em casa. Ele nasceu no ônibus, quando eu estava desarmada, sem caneta, sem papel e sem coragem pra perguntar quem tinha. Da pituba, fui pra federação, fiz a aula de tecido e voltei, sem perdê-la da cabeça. Só não sei o título, mas isso não é questão de esquecimento...



Amaram-se
Sem tomar um gole de vinho,
Sem uma gota de sangue na boca,
Sem um colorido de paixão se quer.
Amaram-se
Mal podeiam se encaixar no leito de amor
Mal sabiam se olhar
E tocavam-se sem pudor.
Amaram-se sem palavras,
Rimas,
Canções.


Por um instante efêmero odiaram-se
E não ficou na lembrança o tempo do não amar


Amaram-se de um modo tal
Que nenhum deles se reconheceu
Num abraço insolito despediram-se do amar sem rédeas
E o mundo todo amanheceu.

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