sexta-feira, agosto 20, 2010

Cidade perdida - Colombia

Mas quem será que a perdeu? E eu, o que espero encontrar´lá? Lama. Chuva. Rios com forte correnteza. lama. Degraus. Árvores. Passaros. Lama. Muita ladeira. Rochas escorregadias. Lama. Mosquito. Umidade. Suor. Lama. Floresta. Raros indigenas no caminho. Cogumelos. Cachoeira. Lama. Lama. Lama e lama outra vez. Este eh o cenario do delicioso caminho rumo a cidade perdida.





O melhor de tudo era ouvir o Andreas repetindo: Can you imagine? We paid a so much money to walk 6 hours per day on the mud. Stupid people! Exatamanete! pagamos aluns pesos coombianos para caminhar o dia inteiro na chuva e literalmente na lama. Somos estupidos? Nao, como vovo ja dizia " a gente ve gato com tosse e cachorro com azia..." A caminhada comeca depois de percorrer 3 horas num gipe a partir de Santa Marta e uma breve parada para o almoco improvisado. Os grupos que estao regressando, depois de 5 dias de trilha, contagiam aqueles que estao comecando (sem ter a minima nocao do que los espera). Os primeiros minutos sao tranquilos. Plano, terra firme, rio baixo. Depois comecam as subidas interminaveis na lama. Uma umidade que proporciona um abafamento e um calor que te deixa completamente molhado. Depois de umas 4 horas caminhando, chega-se ao local do primeiro acampamento. Abencoado com um poco e uma pequena cachoeira para renovar depois da longa caminhada. Jantarzinho preparado pelos guias (luxo) e rede para dormir.





Segundo dia de caminhada, mais lama, muito mais lama. mas desta vez, temperada pelo prazer de caminhar no meio da mata, com a sinfonia dos passaroas, dos rios que correm e das águas que caem. Sao centenas de nascentes pelo caminho. Água mineral pura, fresca e de graca. Depois de 6 horas de caminhada com algumas paradas para frutinhas e coisas tal, chega-se ao local do segundo acampamento. Muito parecido com o primeiro, uma estrutura basica com sanitarios, cozinha e camas ou redes para dormir. Muitas horas livres para aproeitar o local, interagir com as pessoas, descansar e se preparar para o dia seguinte.



O terceiro dia de caminhada precisou ser estendido, pois, em funcao da chuva forte que caira no dia anterior, o acampamento foi completamente destruído. Cruza-se o rio, torna-se a cruzar. Correnteza forte. Corrente humana para atravessar as mochilas. Os animais nao avancam a partir dali. Chuva. lama. E aí chega a melhor parte. Desprendimento total!! A roupa ja esta completamente molhada com o suor e a água do rio. Os sapatos recheados de lama. Se preocupar pra que? A partir daí é só sentir. Respirar o ar puro. Sorrir com o colorido das flores ou da borboleta a passear. Ouvir o canto dos passaros ou as águas do rio correr. Suplicar por mais folego e seguir, subindo os infinitos degraus para se encontrar, la em cima, com os incontaveis mosquitos que habitam a cidade perdida juntamente com os mais de 50 soldados que vivem por la, para proteger os turistas (sabe-se la de que, acho que da guerriha). Ricos minutos de conversa com pessoas que passam 6 ou 7 meses isolados no meio da selva.







Depois de mais uma noite com os mosquitos e um tour pelas ruinas - na verdade terracas - da cidade perdida, inicia-se a caminhada para regressar. Mais lama, mais chuva, mais rio em furia para atravessar. Ainda bem que a cidade se perdeu, o caminho ate la te ajuda a se encontrar.






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