terça-feira, novembro 21, 2006

Engravidou de si mesma. Colocou no seu ventre sua própria semente e eis que germinou! Sentia por si tão profunda estima que resolveu perpetuar-se, reproduzindo cada detalhe conhecido seu. Passou a vida inteira ocupando-se em perceber-se e agora dominava os passos essenciais para sua construção.Sempre desejou a sensação de enxergar-se a partir de dentro e sentir-se internamente a partir dos limites da sua estreita camada exterior. O corpo, faria igual? Ou deixaria-o crescer natural? Se ele fosse mesmo o reflexo do conteúdo infinito interior, cresceria e tomaria as formas identicas ao corpo atual. Deixou-o livre então...Experimentou o deleite de ser tenra e madura na mesma criatura. Engravidou de si mesma e desejou eterna a sua gestação, para sentir-se crescendo dentro de si num processo eterno de perpetuação. Ia nascendo aos poucos e morria um pedaço a cada nascimento seu. E assim viveu por um tempo desconhecido. Como nós mesmos, que não sabemos reconhecer quando morre uma partícula da alma. É preciso calma para renascer...

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