Estamos num cantinho muito
remoto, bem perto da praia e sem movimento, Vejo apenas uma lagoa e uma casinha
de palha na nossa frente atraves das muitas arvores que tem aqui. No campo de
futobol o gado e uns jumentos pastam. Muita sombra, brisa e tranquilidade. O
casal que toma conta das cabanas nao fala uma so palavra em ingles. Ao notar
que as vezes chamamos um ao outro de “baby” eles comecaram a nos chamar assim.
Muito dificil a comunicacao! Nao compartilhaos de nennhuma palavra em comum,
alem de Baby, claro. Ao chegarmos, trouxemos muitos ingredients, entregamos e
eles sempre cozinham pra nos. Muito saborosa a comida, por sinal. Alias, a lentilha que ela preparou parecia vatapa. Mas hoje fui
super ansiosa preparer meu café da manha nordestino. Aipim, manteiga, ovo e
queijo, ela muito solicita, tomou as coisas da minha mao e comecou a descascar
o aipim, reclamando que ele estava estragado. Ok ok, nao era o melhor aipim,
mas dava pra comer. Dava pra dar uma aliviada no paladar, algo sem pimenta, sabe? Posso matar minha vontade? Obrigada! Ela quase me expulsou
da cozinha. Antes de sair, tentei explicar que o ovo era pra fritar, e o queijo
que havia ralado, pra jogar em cia do ovo, ainda na panela. Achei que, naquela
linguagem, me fizera entender. Pouco depois seu marido nos jamou: “Baby…” –
apontando para a mesa sinaizando que estava pronto. Ao destampar as tijelas me
deparei com um aipim abaixo do ponto de cozimeno, ovos cozidos e o mesmo queijo
raladona mesma tijela. Boicote ao café da manha regional!.
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